domingo, 21 de março de 2010

Pesquisa por veículos impressos na revisão de literatura TC




Em análise feita das revistas: Istoé, Veja e Época, nenhuma publicação jornalística foi encontrada relacionada ao tema Tribos Urbanas, dentro do período das amostragens selecionadas.

Período pesquisado: março, fevereiro e janeiro 2010

*Revista Istoé _Edições pesquisadas: 2095 – 2105
*Revista Veja _ Edições pesquisadas: 2146 - 2156
*Revista Época_ Edições pesquisadas: 608 - 617

Pesquisa por trabalhos acadêmicos (Teses, Dissertações, Monografias e TCC)




Em pesquisa realizada no dia 16 de março no site das seguintes faculdades: USP, Casper, PUC e Unicsul, o grupo não achou nenhuma tese, dissertação, monografia ou TCC relacionado ao tema do trabalho que é "TRIBOS URBANAS" com o foco em suas culturas, moda, psicologia e estilos musicais. Sendo assim este é um tema inédito na Universidade Cruzeiro do Sul.

Fichamento n°6





Maffesoli, Michel (1944- ). O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades de massa. 3ª ed. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 2002. 232p.

p.2
[...] O ambiente têm uma função: a de criar um corpo coletivo, de modelar um ethos.
p.3
[...] desse instinto animal que nos impulsiona em geral a “fazer como os outros”. Simmel via nisto um fenômeno sociológico dos mais instrutivos: “o indivíduo se sente conduzido pelo ambiente palpitante das como que por uma força exterior , indiferente ao seu ser ou à sua vontade individuais.
p.4
[...] o vaivém de nossas tribos. De fato, diferentemente do que prevaleceu nos anos 70, se trata menos de se agregar a um grupo, a uma família ou a uma comunidade do que o ir e vir de um grupo ao outro.
p.4
[...] o espetáculo das ruas das magalópoles modernas. O adepto do jogging, o punk, o look retrô, o bom moço elegante, os “apresentadores de televisão” nos convidam a uma viagem incessante . Através de sedimentações sucessivas, se forma um ambiente estético.E é no interior desses ambientes que regularmente podem ocorrer estas “condensações instantâneas”, frágeis, mas que naquele momento são objeto de um grande investimento emocional. É esse aspecto seqüencial que permite falar de superação do princípio de individualização.
p.16
[...] As diversas aparência “punk”, “kiki”, “paninari”, que exprimem muito bem a uniformidade permanente que as megalópoles contemporâneas oferecem.
p.18


p.20
[...]Cada um,à sua maneira, dá conta da organicidade das coisas, deste “glutinum mundi” que faz com que apesar da ( ou por causa da) diversidade um conjunto constitua um corpo.
p.35
É a compreensão do costume como fato cultural que pode permitir uma apreciação da vitalidade das tribos metropolitanas. É delas que emana esta “aura”( a cultura informal) volens nolens, estamos todos imersos.
p.39
[...] assegurar através do mito a coesão de um conjunto social dado.
p.42
“Hoje solitários, vós que viveis separados, um dia serei s um povo. Aqueles que se assinalaram a si mesmos um dia formaram um povo assinalado e é deste povo que nascerá a existência que supera o homem.”
p.49
[...] “tribos” em fermentação constante, que se encarregam, de um modo o mais imediato, dos múltiplos aspectos de sua existência coletiva. Trata-se do Politeísmo.
p.55,56
[...] Na minha linguagem direi que a multidão está no vazio, que ela é a própria vacuidade, e é nisto que reside sua potência.
p.55
[...] Só a imperfeição é sinal de vida. A perfeição é sinônimo de morte. É na sua mistura, na sua efervescência, no seu aspecto desordenado e estocástico, na sua comovente ingenuidade, que reside o interesse do vitalismo popular para nós.
p.57
[...] E. Durkheim: uma instituição humana não poderia basear-se no erro e na mentira, do contrário não poderia durar. Se ela não estivesse fundamentada na natureza das coisa teria encontrado... resistência sobre os quais não teria podido triunfar.
p. 67
[...] Conforme as situações e os valores que predominam durante certo tempo, a ordem política terá menor ou maior importância no jogo social. Naturalmente esta importância depende, em grande parte, da atitude dos governantes. Retomando uma expressão aplicada ao pensamento sociólogo de Pareto,enquanto existe um “laço fisiológico”entre os governantes e as massas, enquanto uma certa reversibilidade continua a ser exercida, existe, senão um consensus, pelo menos troca a legitimação.
p.74
[...] Aquilo que se pode chamar de verdadeiro instinto vital: assim como os combatentes no campo de batalha, seus ziguezagues lhe permitem escapar às balas dos poderes.
p.75
[...] O que é particularmente irritante para os poderes que, naturalmente, pretendem dominar os corpos, mas que sabem muito bem que para esse domínio tenha longa duração, é necessário que ele seja acompanhado pelo domínio das mentes. A auto-suficiência da ironia, ainda que de uma maneira menor, introduz uma falha na lógica da dominação. As tiradas, os rumores, as canções e outros trocadilhos populares, ou ainda as maledicências daquilo que se chama “ a opinião pública” estão aí para medir a evolução desta brecha . Não existe época ou país onde, a mais ou menos longo prazo, este mecanismo de defesa não tenha resultado positivo.
p.76
[...] Tanto é verdade que não se muda a realidade da morte ( forma extrema da alienação) , mas é possível habituar-se a ela, enganá-la ou suavizá-la.
p.77
É possível reduzir a polissemia da existência social. Sua “Potência” está justamente no fato de que cada um dos seus atos é, ao mesmo tempo, a expressão de uma certa alienação e de uma certa resistência. Ela é um misto de banalidade e exceção, de morosidade e excitação, de efervescência e de repouso. E isto é particularmente sensível no lúdico que pode ser, ao mesmo tempo, “merchandisado” e o lugar de um real.
p.80,81
[...] O popular na sua ambigüidade e monstruosidade, só pode ser concebido pejorativamente pelo intelectual político, que avalia tudo à luz do projeto (pro-jectum). Na melhor das hipóteses esse popular (pensamento, religião, maneira de ser) será considerado como signo de uma impotência de ser outra coisa, o que é necessário corrigir.
p.81
[...] vivemos num tempo em que as “aldeias” se multiplicam dentro de nossos megalópoles.
p.81
[...] é a partir do “local”, do território, da proxemia, que se determina a vida de nossas sociedades. E todas essas coisas se referem também, a um saber local, e não mais a uma verdade projetiva e universal.
p.85
[...] a religião popular é realmente um conjunto simbólico que permite e fortalece a manutenção do lugar social.



p.86
[...] Entendido está que a dimensão comunitária é o momento fundador.Isto é particularmente flagrante para as cidades que se apóiam em “grupos de parentesco” ou nas “associações confessionais”.
p.89
[...] com efeito, o que costuma ser chamado de versatilidade poderia ser uma maneira de manter o essencial, e de passar por cima do factual, do ponto.
p.89
[...] o papel da massa é o da sobrevivência. É necessário manter-se no ser.Podemos compreender as escapatórias e as mudanças de opinião em função dessa imensa responsabilidade.
p.89.90
[...] o povo enquanto massa tem como responsabilidade essencial triunfar sobre a morte de todos os dias.Tarefa que, pressentimos, exige um esforço constante e uma grande economia de energia. E é isto exatamente que fundamenta sua nobreza.
p.90.91
[...] As culturas gregas, latinas, árabes, e a cultura cristã que nos diz respeito, apóiam-se numa potência que sempre torna a renovar, fortalecer, rigidificar e, no fim das contas, destruir. Trata-se de um querer- viver coletivo que requer uma tenção mais aguda por parte do observador social.
p.92
[...] trata-se de mostrar que a massa, já existente, é uma modulação do ser/ estar-junto, e que ela tende a favorecer elementos que o projeto político (tautologia) esquece ou denega.
p.92
[...] Fica entendido que, “a identidade” diz respeito tanto ao indivíduo tanto ao agrupamento no qual este se situa: é na medida que existe um identidade individual que vamos encontrar um identidade nacional. De fato a identidade em suas diversas modulações consiste, antes de tudo, na aceitação de ser alguma coisa determinada. É a aquiescência em ser isto ou aquilo.
p.93
[...] A massa se basta a si mesma. Ela não se projeta, não se completa, não se “politiza”. Ela vive o turbilhão dos seus afetos e de suas múltiplas experiências. Isso porque ela é causa e consequência da perda do sujeito. No meu jargão, direi que ela é dionisíaca, confusional.


p.94
[...] W. Benjamin indica como o dom de reconhecer semelhança lhe aparecia como um vestígio da “antiga compulsão de tornar-se semelhante aos outros.
p.94
[...] Assim vemos que este princípio de similitude, que está na base de “nós”, do povo , da massa, é um intermediário entre o mundo natural e o mundo social. Não há mais separação entre o cosmo e o social, nem tampouco no interior de todo social. Pelo contrário, estamos na presença do que se pode chamar a culturalização da natureza, e a naturalização da cultura.
p.94
[...] podemos dizer que ao indivíduo unificado corresponde a pessoa heterogenia capaz de uma multiplicidade de papéis.
p.95
[...] Só temos valor pelo fato de pertencermos a um grupo. E é evidente que importa pouco se esta ligação é real ou fantasmática.
[...] Não se trata de um imperialismo sociologista, mas de reconhecer como o faz Halbwachs “ que na verdade nunca estamos sozinhos... pois sentimos sempre em nós uma porção de pessoas”. A memória ou as lembranças coletivas, sejam elas públicas, privadas ou familiares, que fazem de um bairro, de uma cidade, lugares onde vidas se sedimentam, transformando-os em lugares habitáveis, o mostram bem. Eis o que permite estabelecer um feed-back entre o grupo e a pessoa. E isso, naturalmente , de maneira orgânica e não mais conforme a equivalência racional da ordem política.
p.97
[...] podemos dizer que um pensamento pessoal é aquele que segue “a inclinação de um pensamento coletivo”. (M. Halbwachs, La mémoire collective, Paris, PUF, 1968, p166)
p.97
[...] grupamentos constitutivos da socialidade. Cada um, ao seu modo, compõe sua ideologia, sua pequena história, através desses elementos díspares que encontramos pelos quatro cantos do mundo. Tais elementos podem ser tomados de empréstimos à tradição do lugar, ou, pelo contrário,podem ser transversais a essas tradições. Suas articulações, entretanto, apresentam similitude que vão constituir uma espécie de matriz. Essa dá origem às representações particulares, fortalecendo-as.
p.98
[...] a preeminência do grupo, da tribo, que não se projeta na distância, ou no futuro, mas vive no concreto mais extremo que é o presente.
p.101
[…] Podemos dizer que, conforme as épocas, predomina um tipo de sensibilidade, um tipo de estilo destinado a especificar as relações que estabelecemos com os outros. Essa perspectivação estilística é cada vez mais enfatizada (P. Brown, P. Veyne, G.Durand, M. Maffesoli).
p.106.107
[…] M.Halbwachs fala, a este respeito, “de interferências coletivas”. O que nos parece ser uma opinião individual é, de fato,a opinião de tal ou qual grupo ao qual pertencemos. Daí a criação dessa “doxa” que são a marca do conformismo e que encontramos em todos os grupos particulares, inclusive naquele que se considera o mais isento disso, o dos intelectuais.
p.107
[…] ao contrário da estabilidade induzida pelo tribalismo clássico, o neotribalismo é caracterizado pela fluidez, pelos ajuntamentos pontuais e pela dispersão.
p.108
[…] a estética é um meio de experimentar, de sentir em comum e é, também, um meio de reconhecer-se.
p.108
[…] A teatralidade instaura e reafirma a comunidade. O culto do corpo,os jogos de aparência, só valem porque se inscrevem numa cena ampla onde cada um é, ao mesmo tempo, ator e espectador.
p.108
[…] “ A maior parte dos prazeres populares são prazeres de multidão ou de grupo” ( A.Ehrenberg).
p.111
[…] ultrapassando a categoria do individualismo, a socialidade nos permite com naitre(isto é, nascer com) as novas formas de socialidade que estão emergindo.
p.112
[…] Comunidade de idéias, preocupações impessoais, estabilidade da estrutura que supera as particularidades dos indivíduos, eis aí algumas características essenciais do grupo que se fundamenta, antes de tudo, no sentimento partilhado.
p.114
[…] redescobrimos que o indivíduo não pode existir isolado, mas que ele está ligado, pela cultura, pelo lazer, e pela moda,a uma comunidade, que pode não ter as mesmas qualidades daqueles da idade média, mas que nem por isso deixa de ser uma comunidade. E esta é que precisa ser destacada.
p.115.116
[…] é a partir de um imaginário vivido em comum que se inauguram as histórias humanas.
p.117
[…] Isolados, ou o quem vem a dar no mesmo, perdidos numa estruturação muito ampla, um indivíduo e seu ideal, no fim das contas, têm pouco peso. Mas imbricados numa conexão estreita e próxima, pelo contrário, sua eficácia é demultiplicada pela dos outros membros.
p.125
[…] Cada grupo é, para si mesmo, seu próprio absoluto. Esse é o relativismo que se traduz, especialmente, pela conformidade dos estilos de vida.
p.125
[…] De maneira conflitual e harmoniosa, ao mesmo tempo, esses estilos de vida se põem e opõem uns aos outros. É esta auto suficiência grupal que pode dar a impressão de fechamento.
p.128
[…] Uma das características, e das menos importantes, da massa moderna é, certamente, a lei do segredo.
p.129
[…] Cada vez que se deseja instaurar, restaurar, corrigir uma ordem de coisas,ou uma comunidade, toma-se por base o segredo que reforça e confirma a solidariedade fundamental.
p.131
[…] As vezes, o segredo pode ser o meio de estabelecer o contato com a alteridade no quadro de um grupo restrito: ao mesmo tempo ele condiciona a atitude deste último frente ao exterior, qualquer que seja ele.
P.131
[…] A confiança que se estabelece entre os membros do grupo se exprime através de rituais, de signos de reconhecimento específicos,que não têm outro fim senão o de fortalecer o pequeno grupo contra o grande grupo.
P.134.135
[...]Quanto mais se avança mascarado mais se fortalece o laço comunitário.


p.135
O social repousa na associação racional de indivíduos que têm um identidade precisa e uma existência autônoma: a socialidade, por sua vez, se fundamenta na ambigüidade básica da estruturação simbólica.
p.135
[…] a autonomia, que não é mais da competência individual, vai se deslocar a “tribo”, para o pequeno grupo comunitário.
p.136
[…] as “tribos” de que nos ocupamos podem ter um objetivo, uma finalidade, mas não é isso o essencial. O importante é a energia dispendida para a constituiçaõ do grupo como tal.
p.138
[…] Pois , se a tribo é penhor da solidariedade, é também a possibilidade do controle, e ela pode ser,também a fonte do racismo e do ostracismo aldeão. Ser membro de uma tribo pode levar alguém a sacrificar-se pelo outro, mas possibilita-lhe, ao mesmo tempo, tanta abertura de espírito quanto o permite o chauvinismo do dono do armazém.
p.139
[...] os ritos de massa contemporâneos resultam dos microgrupos que, por um lado, são bem diferenciados, e, por outro, formam um conjunto indistinto e um tanto confuso; o que nos remete à metáfora orgiástica e à superação da identidade individual.
p.140
Existe um constante movimento de vaivém entre as tribos e a massa se inscreve num conjunto que tem medo do vazio. Esse “horror vacui” que se manifesta, por exemplo, na música “non stop”, nas praias, nas lojas, em inúmeras ruas de pedestres, é uma ambiência que talvez lembre o ruído permanente, a agitação desordenada das cidades mediterrâneas e orientais.
p.141
[...] Com efeito, se é impossível dizer o que vai destacar-se para formar uma nova cultura,podemos, em contrapartida, afirmar que esta será, essencialmente, plural, contraditório.
p.141.142
[...] a modernidade viveu um outro paradoxo: o de unir, apagando a diferença, e a divisão que esta induz. Ou, pelo menos, tentando atenuar seus efeitos; ao que temos de convir, não falta nem grandeza, nem generosidade.
p.142
[...] modos de vida estranhos uns aos outros podem engendrar, em pontilhado, uma forma de viver em comum.
p.144
[...] à sonhada Unidade está se sucedendo uma espécie de unicidade: o ajustamento de elementos diversos.
p.144
[...] a noção do terceiro acentua o aspecto fundador da diferença. E não na perspectiva unanimista da tolerância, mas, antes em referência ao que se pode chamar de a organicidade dos contrários.
p.148
[...] Antes de ser o racista, o nacionalista, ou, de uma maneira mais trivial, o “carneiro” que tanto se gosta de descrever, “sabe” por um saber incorporado que, aquém (ou além) dos grandes ideais bem longínquos e mais ou menos impostos, sua vida quotidiana é constituída pela mistura, pela diferença, pelo ajustamento com o “outro” o estrangeiro ou o anônimo de costumes estrangeiros.
p.149
[...] uma civilização se encerra, uma cultura está nascendo.
p.159
As culturas se esgotam, as civilizações morrem, tudo se encaixa no mecanismo de saturação tão bem descrito pelo sociólogo P. Sorokin.
p.159
[...] pensamento de Heráclito ou de Nietzche: a destruição é, ao mesmo tempo, construção.
p.163
[...] isso quer dizer que o indivíduo não é o início e o fim de todo social, mas que é o grupo, a comunidade, o coletivo em sua totalidade que prevalece.
p.168
[...] saberemos reconhecer, parafraseando Walter Benhamin, que “não existe nenhum documento de cultura que também não seja documento de barbárie”.
p.175
[...] E a verdade é que, para além das diversas e freqüentemente pobres declarações de intenções, os protagonistas da vida diária são, concretamente, de grande tolerância de espírito com relação ao outro, aos outros e aquilo que acontece.
p.193.194
[...] A proxemia remete, essencialmente, ao surgimento de uma sucessão de “nós” que constituem a própria substância de toda socialidade.
p.194
[...] uma “multidão de aldeias” que se entrecruzam, se opõem, se entreajudam , ao mesmo tempo que permanece elas mesmas.
p.197
O grupo, para sua segurança, dá forma a seu meio ambiente natural e social, e, ao mesmo tempo força, de facto, outros grupos a se constituírem enquanto tais.
p.199
[...] As diversas tribos humanas “fazem cidade”porque são diferentes e às vezes, até mesmo opostas. Toda efervescência é estruturalmente fundadora. Trata-se de uma regra sociológica de base que, certamente não escapou a Durkheim, mas o essencial é saber de que maneira utilizar essa efervescência, de que maneira ritualizá-la. Um bom meio, dentro da lógica que acaba de ser exposta, é deixar casa tribo ser ela mesma, sendo, assim, o ajustamento que daí resulta é mais natural.
p.200
[...] É interessante notar, aliás, que com o passar do tempo esses pequenos bandos se estabilizam.
p.201
[...] Certamente, nem todos esses grupos sobrevivem, mas o fato de alguns deles assumirem as diversas etapas da socialização faz destes uma “forma” de organização flexível, uma tanto atribulada, mas que responde bem, concreto modo, às diversas imposições do meio ambiente social e desse meio ambiente natural específico que é a cidade contemporânea.
p.208
O paradigma da rede pode, então, ser compreendido como a reutilização do antigo mito da comunidade. Mito, no sentido de que alguma coisa que, talvez, jamais tenha existido, age, com eficácia, no imaginário do momento. Daí a existência dessas pequenas tribos, efêmeras em sua realização, mas que nem por isso deixam de criar um estado de espírito que parece destinado a durar.
p.208
[...] Isso nos obriga a repensar a misteriosa relação que une o “lugar” e o “nós”. Pois ainda que isso irrite os mantenedores do saber institucional, a atribulada e imperfeita vida do dia-a-dia não deixa de produzir um verdadeiro “co-naissance comum”.* Aquilo que Maquiavel, sempre tão sutil, chamou de “pensamento da praça pública”.



p.208
*Esse jogo de palavras do autor é intraduzível. A forma naissance(corresponde ao português “nascimento”) é evocado na palavra que significa “conhecimento”, ou seja, cannaissance( daí co-naissance: nascimento com). (N. da Trad.)

Fichamento n°5





VALA, Jorge e MONTEIRO, Maria Benedicta. Psicologia Social. 6ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenskian, 2004. 628p.

p.227

[...] o comportamento de uma pessoa foi influenciado socialmente quando ele se modifica em presença de outrem. [...] é necessário acrescentar que esta presença de outrem não é necessariamente real. Esse outrem pode ser imaginado, pressuposto (CRUTCHFIELD, 1955) ou antecipado (ALLPORT, 1954) [...]

p.294
Desde Simmel (1950) que se debate se o número mínimo para que um grupo seja considerado como tal deve se ter três ou dois. [...] Depara-se-nos aqui o problema já colocado por Wittgenstein: onde acaba a cidade e começam os arredores.

p. 298
As características sociodemográficas e psicológicas dos membros que compõem um grupo têm certamente influência nos processos de interacção [...]

p. 305
Note-se que a emergência dum líder não é uma condição necessária nem suficiente para a locomoção do grupo para os seus objectivos.

p.415
Os preconceitos sociais ocupam uma larga faixa das atitudes e dos comportamentos no seio dos grupos e nas relações entre grupos.

p.485
Para Durkheim (1897-1977), a vida social é essencialmente formada de representações (p.366).

p. 493
[...[ a televisão tem um papel na organização dos ritmos de vida. [...]

p.494
Os indivíduos, longe de serem receptores passivos, pensam por eles próprios, produzem e comunicam incessantemente as suas próprias representações [...]

(Moscovici apud Vala, Monteiro)

Fichamento n°4




Autor: Turner, Jonathan H.
Editora: Pearson Education do Brasil,2000
Cap. 7 Grupos e Organizações

O grupo composto de apenas algumas pessoas em interação, é a unidade básica das organizações humanas. Mas como as dimensões sociais têm aumentado, os grupos são constituidos a fim de formar organizações mais completas.(pg93)
É essa inserção de grupos em estrutura maiores e mais abrangentes que possibilita aos homens a construção de sociedades complexas e elaboradas.(pg 9 3)
Grupos,
O tamanho do grupo(pg94)
Os grupos são chamados de primários e secundários. Essa destinção segue os efeitos do aumento do número de membros em um grupo(Hare,1992), pois à medida que mais pessoas são adicionadas a um ambiente, torna-se progressivamente difícil conhecer todo mundo ou interagir diretamente com todos.(pg 94)
Quando os grupos são menores, eles têm o potencial para maior intimidade e coesão, porque seus membros conseguem interagir face a face e conseguem conhecer um ao outro.(pg94)
Mas os efeitos de tamanho destroem a possibilidade de uma grande intimidade, e mesmo quando o tamanho não atrapalha , a natureza de uma organização maior na qual o grupo é implantado freqüentemente inibe a intimidade, proximidade e coesão.(pg 95)
O Poder dos grupos
Quanto mais primário um grupo, maior sua capacidade de nos influenciar ao longo de muitas dimensões. Uma delas é a nossa auto-imagem porque nos vemos refletidos nos gestos dos outros que são importantes para nós. Outra são nossos valores e crenças porque tendemos a adquirir símbolos culturais dos quais nosso sentido de personalidade e identidade são implantados. Ainda outra é nosso comportamento e motivação por não nos conformarmos com a norma de grupos primários e porque adquirimos seus valores e crenças e, como conseqüência, ajustamos nosso estilo genérico de representação e conduta.(pg95)
É talvez inquietante reconhecer que os grupos têm esse tipo de poder- especialmente em uma sociedade em que os valores culturais enfatizam autoconfiança, autodeterminação, individualismo forçado e autonomia pessoal. Mas , se formos honestos conosco, o fato é óbvio: auto-imagem, valores e crenças, estados de espírito e emoções,motivações, conduta e estilo de representação são dramaticamente influenciados por afiliações a grupos.(pg95)
Dinâmica de Grupo
Liderança(pg96)
Os grupos que devem atingir metas tendem a desenvolver dois tipos de líderes, o que Robert Bales(1950) denominou líderes de tarefas e líderes sociais ou socioemocionais.
(...)Líderes de tarefa buscam orientar os outros no grupo e coordenar suas atividades a fim de alcançar o objetivo do grupo.
(...)Líderes sociais surgem para aliviar a tensão .(pg 96)

Tomada de decisão

(...) Decisões coletivas pelo grupo tendem ser mais decisivas do que aquelas tomadas por um indivíduo(Kogan e Wallach,1964; Janis, 1972).
Arrojadas ou tímido, as decisões de um grupo tendem a movimentar-se através de uma seqüência de acontecimentos.(pg 96)

Coesão e Solidariedade
Os grupos variam consideravelmente, conforme a quantidade de ligação que os membros têm uns com os outros e com o grupo. Em grupos coesos, em que as pessoas sentem solidariedade, os membros são mais seguros, e é mais provável que eles se harmonizem às normas do grupo.
Outra é a sensação de ameaça externa, pois as pessoas se unem quando se sentem oprimidas(Simmel,1956). Ainda outra condição é a semelhança de experiências de membros,pois é muito mais fácil desenvolver ligações fortes com aqueles que são como você.(pg97)
Tais grupos têm maior poder sobre nós porque nossa associação a eles é muito recompensadora.(pg97)
Expectativas
Mas fazemos mais do criar expectativas dentro do grupo como resultado de nossas ações e interações , pois trazemos conosco características externas ao grupo(Berger et al.,1977; Berger et al.,1980; Webster e Foshi,1988).
Elas são ás vezes denominadas de nossas “características difuas” e incluem idade, sexo, raça/etnia, nível de educação, aparência, inteligência distinta e outras características altamente visíveis que os membros dos grupos podem usar para orientar suas reações. Quando as pessoas trazem essas características externas para ambientes de grupo, elas estabelecem expectativas.(pg98)
Grupos de Referências
(...)Os grupos servem como um molde de referência, ou grupo de referência , para nós que fornece uma perspectiva para orientar nossos pensamentos e ações.
Em resumo, podemos ver os grupos como a estrutura social mais elementar . É seu caráter imediato que lhes dá tal poder.(pg98)
(...)A necessidade de interação seqüencial em um grupo pequeno significa que há diversas restrições a quanto os grupos podem realizar por si mesmo, e com que velocidade eles podem proceder ao desempenhar tarefas.(pg98 e 99)
Primeiras organizações complexas
As populações humanas primitivas organizavam-se de um modo muito simples: algumas famílias nucleares(isto é, mãe, pai e filhos ) se deslocavam em grupos , colhendo e caçando.(pg99)
(...)Famílias nucleares uniram-se para formar famílias extensas(famílias nucleares relacionadas por sangue ou casamento), que por sua vez , eram agrupadas em linhagens(famílias extensas ligadas por laços de sangue ou casamento).Então, à medida que a dimensão da sociedade crescia , as linhagens eram usadas para construir clãs ( grupo de linhagens), que poderiam ,se necessário , unirem-se em fratrias(grupo de clãs). (pg99)
Tipo de organizações Formais(pg101)
Amitai Etzioni(1961,1964) elaborou uma tipologia útil de organização formais em sociedades modernas.
Organizações voluntárias, nas quais os membros podem entrar e sair da organização.
Organização coerciva, que separa os membros da sociedade e firmemente regimenta suas atividades sob ameaça constante da coerção física.(pg101)
Organização utilitária , em que as pessoas introduzem a estrutura burocrática por questões práticas e em termos da teoria utilitaristas, elas calcularam os custos dessa burocratização em relação a recompensas a serem recebidas.(pg101,102)
A dinâmica interna das Organizações(pg103)
A análise ecológica abrange as da emergência dos diferentes tipos de organizações,mas não fornece uma explicação detalhada sobre o que acontece dentro das organizações. O fato de as organizações sobreviverem ou não está inteiramente ligado ao seu modo de funcionamento.
Dinâmicas internas das organizações(pg103)
Sistema informal _processo de criação de um conjunto de relações mais pessoais e informais . (pg104)
Autoridade e Conflito_ Enfatizam a importância da desigualdade ao gerar tensões e confrontos(Collins,1975). Uma vez que as organizações têm hierarquias de autoridade,deveria é distribuído desigualmente.(pg104)
Tarefas e Autoridade(pg105)
Controle e autoridade(pg105)
Cultura Organizacional(pg106)
A natureza de serviços, a autoridade e controle influenciam grandemente a cultura de uma organização, ou os sistemas de símbolos (valores crenças e normas)que orientam os comportamentos (Smircich,1983;Pondy,1983).(pg106)
Lei de Parkinson
Os trabalhadores sempre tentam parecer ocupados a fim de justificar seus empregos, mesmo se tais esforços são meramente um perda de tempo(Parkinson,1957).(pg107)
O princípio de Peter
Ritual_ seguem o regulamento
Alienação_ Muitos empregos são repetitivos e chatos. Estruturas nas quais uma grande quantidade de trabalho rotineiro , repetitivo, deve ser feita.(pg 108)

As novas estruturas das organizações
O ímpeto de mudar de tecnologia visto que esta é alimentada pela intensa competição global, até agora, não mudou a natureza do trabalho para a maioria das pessoas.
Assim as organizações do futuro buscarão criar um cultura coesa que enfatize o orgulho no trabalho a fim de reduzir a supervisão intensa e encorajar a criatividade e a iniciativa.(pg109)

segunda-feira, 8 de março de 2010

Fichamento n°3


PAIS, José Machado e BLASS, Leila Maria da Silva. Tribos Urbanas: Produção Artística e Identidades. 1ª ed. São Paulo: Annablume, 2004. 234p.

p.10
Que jovens são esses que levam com a etiqueta da tribo? Identificam-se eles com a etiqueta? Que propósitos e efeitos se associam ao processo de etiquetagem? Qual a razão de opção por uma ou outra etiqueta?

p.14
Depois há todo um conjunto de expressões lingüísticas que reforçam uma pertença grupal.

p.16

[...] As sociedades adquirem uma relativa estabilização em torno de valores com os quais se julgam a si mesmas. Mas o interessante é descobrir que os sentidos também podem existir onde parece reinar a ausência.

p.17
[...] nas chamadas tribos encontramos manifestações de resistência à adversidade, mas também vínculos de sociabilidade e de integração social.

p.41
[...] as identidades são imaginadas e reinventadas em processos constantes de hibridização cultural.

Fichamento n°2


GAZZANIGA, Michael S. e HEATHERTON, Todd F. Ciência Psicológica: mente, cérebro e comportamento. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. 624p.

p.450
Às vezes, as pessoas perdem sua individualidade quando se tornam parte de um grupo. A desindividuação ocorre quando as pessoas não estão autoconscientes e, portanto, não estão prestando atenção aos seus padrões pessoais.

Fichamento n°1


PALOMINO, Erika (1967 - ). Babado Forte: moda, música e noite na virada do século 21. 1ª ed. São Paulo: Editora Mandarim, 1999. 288p.

p.11
[...] a cultura dos clubes é necessariamente vivenciada – precisa ser dançada, ouvida, sentida.

p.11
[...] enxergue a cultura da noite como um reflexo no grande espelho das cidades.

p.19
[...] na década de 80, os movimentos musicais exercitaram na cidade uma tradição (às avessas) de underground e vanguarda que se desdobra até hoje.

p.228
[...] A juventude funciona como porta-voz do que está acontecendo à volta.

p.270
A questão da noite tem a ver com novidade, com frescor – não apenas de seus próprios elementos (a música, o clube, a moda), mas de quem os experimenta. Como disse Jorge Luis Borges, “o homem é sempre o primeiro homem, o rio é sempre o primeiro rio’.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Retornando: Mês de fevereiro de 2010

As atualizações foram feitas de acordo com os dias que passaram e de acordo com a criação do blog, contudo durante o mês de fevereiro já estavamos nos reunindo com assuntos referentes ao nosso TC.

Veículo pensado para veicular o programa: rádio

Temas que o grupo pensou:
- Educação
- Paixão
- Cultura
- Moda em todos os sentidos
- Religião/Música
- Tribos

Tema escolhido pelo grupo Tribos

Nomes Pensados para o programa:
- Urbano
- Tribais
- Contrastes
- Metrópole

Tribos pensadas: góticos, emos, punk, skynhead, dance, entre outros.

quarta-feira, 3 de março de 2010

2 de março de 2010


Começamos a leitura do livro Babado Forte de Erika Palomino, que trata de um estilo de vida das grandes cidades, pessoas que curtem a noite, é conhecido como estilo underground. Discutimos sobre a estrutura do programa de rádio e pesquisamos alguns outros livros relacionados a antropologia e sociologia que é o tema de nosso TC.

1 de março de 2010

Começamos a rascunhar o projeto do TC. Mudamos o foco que antes era falar do rádio para falarmos de antropologia. O objetivo é entender como é o comportamento do jovem ou adolescente ao escolher uma tribo especifica"

segunda-feira, 1 de março de 2010

Boas vindas

Este blog pertence a estudantes de jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul, e servirá como um memorial de TC, tudo que passa pelo grupo será relatado aqui. As atualizações ocorrerão durante as semanas.


Att. Contraste's